Sobre se odiar | About self-hate

As usual, the english version is located at the bottom.

No mundo de hoje é muito fácil acabar em uma situação onde você desenvolve sentimentos ruins sobre si mesmo. Dúvidas sobre se suas idéias, jeito de se expressar, seu corpo, como você se veste, orientação sexual e diversos outros tópicos geram confusão sobre você mesmo. Aliado com a disseminação quase universal de informação online não é difícil você encontrar opiniões de pessoas que atacam diretamente algumas das suas características e dizem que elas são ruins. Logo, não me parece difícil que uma pessoa comece a duvidar de si mesmo e até mesmo se odiar devido a isso. Às vezes intensamente.

Muitas vezes essas críticas não precisam nem existir no mundo online já que podem ser oriundas de membros da sua família, amigos, colegas de trabalho ou na mídia em geral. Muito dessas críticas e preconceitos já não se encontram tão disseminadas como racismo, direitos das mulheres, homossexualismo e outros. Entretanto para algumas coisas este preconceito ainda é muito vivo.

Muitos pedófilos odeiam a si mesmos. Odeiam sentir atração sexual por crianças e não conseguem aceitar esse fato. Muito comumente referem a si mesmos como monstros, depravados ou aberrações. Todo este ódio interno por si mesmos, e a impossibilidade de alterar sua atração, acabam gerando efeitos negativos em sua saúde mental. Depressão, ansiedade, paranoia, medo de rejeição, nojo de si mesmos e outros problemas. Isto acaba levando, em vários casos, à tendências suicidas e até mesmo a tentativas, sejam elas sucedidas ou não, de suicídio.

Por que então pedófilos sentem tanto ódio de si mesmos? Por que eles se sentem como aberrações ou monstros?

Razões para se odiar

Bem, existem muitas razões que levam pedófilos a odiarem a si mesmos. Elas vem de diferentes fontes mas basicamente tem dois componentes básicos em comum. Estes componentes se misturam constantemente tornando-se difícil de analisar um sem o outro. Os componentes são a falta de conhecimento da pedofilia e o preconceito gerado por isto e disseminado amplamente.

Atração sexual por crianças é errado / depravado

Uma das razões para pedófilos se odiarem é a noção de que sentir atração sexual por crianças é algo errado e depravado. Concordo que é uma atração extremamente não-convencional e com certeza algo que uma pessoa não escolheria de livre e espontânea vontade. Justamente esta questão, a da escolha, faz uma grande diferença aqui.

Estudos científicos sugerem, de uma maneira clara, que atrações sexuais não são escolhas feitas pelas pessoas. Uma pessoa não escolhe ser heterossexual, ela simplesmente é. Claro, existem diferenças em por qual tipo de pessoas do sexo oposto elas se sentem atraídos, mas se sentir atraídas pelo sexo oposto simplesmente é algo que faz parte da pessoa intrinsecamente.

Neste caso, o mesmo vale para pessoas que tenham pedofilia. Não houve uma escolha, seja consciente ou inconsciente, para que tal atração por crianças existisse. Essa atração é algo que simplesmente faz parte da pessoa. Infelizmente, assim como as outras atrações/orientações sexuais, não é algo que pode ser alterado. Temos então uma atração sexual que não foi escolhida e que também não pode ser alterada. Faz tanto sentido se odiar por isso quanto se odiar pela cor da sua pele, sua altura ou qualquer outra característica sua que você não escolheu.

Claro que este tipo de ódio (por algo não escolhido, como a cor da pele por exemplo) existe, mas de uma maneira geral existe uma disposição de outras pessoas a ajudar a alguém que sinta isso a não mais se odiar. Entende-se de maneira geral que ninguém deveria se odiar por algo que não é escolhido e que faz parte de quem eles são. O mesmo é válido para os pedófilos.

Algo importante de se ressaltar é que muitos pedófilos tentam reprimir suas atrações sexuais, devido ao ódio que sentem por ela e por si mesmos. Atração sexual é algo muito poderoso e reprimir, ou ignorar, não é sustentável a longo prazo. Uma estratégia muito mais válida, e saudável, é entender que a atração não é escolhida mas ações sobre ela são. Logo, não é possível alterar sua atração sexual mas é perfeitamente possível não agir sobre ela (e controlar suas ações).

Outro aspecto do ódio derivado desta razão é o que toca as fantasias sexuais. Pessoas não-pedófilas sentem uma grande repulsa em pensar que existe alguém que tenha fantasias sexuais envolvendo crianças. De que isto é algo extremamente errado e que facilita o abuso destas crianças (ver mais a frente no texto, sobre a questão da inevitabilidade do abuso).

Não é complicado entender, de um ponto de vista emocional, a ojeriza sentida por estas pessoas em relação a noção de fantasias sexuais com crianças. Entendo que isto seja perturbador até para estas pessoas. Entretanto, conforme já dito anteriormente, as pessoas não tem escolha em relação a sua atração sexual mas possuem controle sobre suas ações. Fantasias, sejam elas boas ou ruins, são somente fantasias e sim podem ser controladas já que alguém toma a decisão de fantasiar ou não.

Entretanto, contidas dentro da cabeça de uma pessoa elas não passam de um pensamento. Acredito ser óbvio que um pensamento não machuca ninguém. Entretanto qualquer ação tomada a partir de um pensamento pode, sim, se tornar danosa. Com isto digo que conheço vários pedófilos que não sentem que suas fantasias são algo ruim ou que aumenta a probabilidade de um abuso acontecer. Do outro lado conheço vários outros que preferem não fantasiar com crianças por que isso lhes incomodam.

Ainda sim, de uma maneira geral, qualquer pessoa que um dia tenha sentido atração sexual por outra provavelmente já fantasiou alguma vez. Me parece claro que de uma maneira geral ter estas fantasias não geraram uma violência sexual na maioria dos casos. Se isto é válido para um heterossexual ou homossexual também é válido para um pedófilo.

Não existem nenhuma evidência científica que a existência de fantasias sexuais geram um índice maior de violência sexual, seja contra adultos ou crianças. Nem que existam uma prevalência (existência) maior de características anormais ou patológicas de caráter em pedófilos do que em não-pedófilos.Utilizando uma citação feita pelo Ender no seu artigo "To Fantasize or Not Fantasize" (o qual sugiro a leitura):

Studies of personality characteristics on average find low levels of aggression among pedophiles. Other than the attraction itself, studies fail to find any abnormal or pathological characteristics. In particular, people attracted to children or pubertal adolescents have not been found to exhibit narcissism, psychosexual immaturity, low intelligence, aversion to adults, psychopathology, neurosis, or any personality disorder any more than people attracted to adults. The presence of these characteristics have been assumed, rather than being tested scientifically (Bradford et al., 1988; Langevin, 1983; Okami & Goldberg, 1992; Wilson & Cox, 1983).

Tradução livre:

Estudos de características de personalidade mostram, em média, baixos níveis de agressão entre pedófilos. Além da atração por si só os estudos falham em encontrar características anormais ou patológicas. Em específico, pessoas atraídas por crianças ou adolescentes púberes não demonstram possuir narcisismo, imaturidade psicossexual, baixa inteligência, aversão à adultos, neurose psicopatológicas ou qualquer outro tipo de transtorno de personalidade além do que se é encontrado na média para pessoas atraídas por adultos. A existência de tais características é presumida ao invés de comprovada cientificamente. (Bradford et al., 1988; Langevin, 1983; Okami & Goldberg, 1992; Wilson & Cox, 1983).

Logo, assim como com pessoas atraídas por adultos, a questão de fantasiar ou não é uma escolha do pedófilo. Não fantasiar por um sentimento de culpa entretanto não é uma justificativa válida ou mesmo saudável. Uma fantasia não apresenta nenhum risco se mantida sob controle. Logo, se sentir culpado pela mera existência da fantasia em si não é bom e nem deveria acontecer.
Inevitabilidade da ocorrência do abuso sexual

A mensagem difundida na sociedade e na mídia é de que pedofilia é um sinônimo de abuso infantil, assim como que a palavra pedófilo é um sinônimo de abusador / estuprador de crianças. Conforme já discutido aqui, estes termos não significam isto.

Ainda sim, existe uma noção prevalente de que um pedófilo é alguém pervertido e que irá, na primeira oportunidade, abusar de uma criança. Não somente isto, mas que ativamente procuram criar estas oportunidades, se tornando um predador sexual.

Novamente, entendo o ponto de vista emocional envolvido nesta questão. Nenhuma pessoa gostaria que uma criança fosse abusada sexualmente e tivesse que viver o resto de suas vidas com este trauma. Logo, a mera menção de alguém sentir uma atração sexual por crianças é o suficiente para que seja gerada uma repulsão enorme por um pedófilo.

Entretanto, ressalto que o trauma gerado pelo estupro de um adulto (seja mulher ou homem) também é enorme e algo muito difícil de lidar ao longo da vida. Existem pessoas adultas atraídas por outros adultos que não encontram problema nenhum em controlar seus desejos sexuais. Elas interagem em ambientes públicos ou de trabalho sem quaisquer problemas diariamente. Adultos que falham em controlar suas ações acabam por cometer estupro. No entanto eles não são a maioria. A mesma lógica se aplica no caso dos pedófilos.

Pedófilos não são acometidos de uma falha moral grave. Assim como pessoas heterossexuais ou homossexuais não o são. Existem pessoas pertencentes a cada um destes grupos que, por diversas razões, acabam falhando em conter seus impulsos e praticam um ato violento sexualmente. De maneira geral então, uma atração sexual, seja ela qual for, não afeta a moralidade, e código de moral, de uma pessoa. Isto é tão válido para pedófilos quanto para qualquer outra pessoa.

Infelizmente somente temos notícias de possíveis pedófilos (a maior parte dos abusadores de crianças não são pedófilos) em casos reportados na mídia de abuso sexual infantil. Não existem menções em quase lugar nenhum sobre pedófilos que gerenciam suas atrações perfeitamente bem e se mantém dentro da lei (não abusando de uma criança e nem baixando pornografia infantil). Parece óbvio que a falta destas evidências acabam por alimentar o preconceito direcionado à pedófilos.

Com a conjectura atual da disposição e sentimentos relacionados aos pedófilos se torna impossível que algum deles se identifique publicamente como tal. Inclusive este estudo conclui que se identificar como um pedófilo publicamente pode levar ao suicídio devido a repercussão gerada.

Devemos nos odiar?

 Não. Não devemos. Odiar a si mesmo por ser um pedófilo não é bom e nem saudável. Acredito ser normal de vez em quando estar mais deprimido e querer mudar como somos. Isto acontece em relação as mais diversas coisas, mas persistentemente se odiar por algo que não é escolhido e que não pode ser alterado não tem uma justificativa lógica.

Odiar a si mesmo pelo o que os outros falam de você também não faz sentido lógico. Ao longo da histórias as pessoas construiram as mais diversas distorções cognitivas e preconceitos sobre as mais diversas pessoas. Pessoas afrodescendentes são inferiores e ruins, que mulheres somente servem para trabalhar dentro de casa, que homossexuais são depravados. Entretanto, lentamente, todos estes preconceitos caíram, ou estão caindo, por terra.

Infelizmente você, amigo pedófilo, não vai encontrar muitos lugares que lhe digam que nenhum destes preconceitos é verdade. Você vai encontrar no entanto pessoas na mídia, redes sociais ou até mesmo em sua família que irão lhe dizer que você é um monstro, um pervertido. A um passo de abusar de uma criança a qualquer momento.

Não acredite nisso. Acredito ao invés disso em você mesmo. Aprenda a aceitar que você é como você é, aprenda que infelizmente estas foram as cartas que lhe foram dadas. Aprenda mais sobre você mesmo e identifique como você pensa em relação a sua própria pedofilia, mas com os seus conceitos e pensamentos, não com os dos outros. Aprenda que existem pessoas que não irão te julgar por quem você se sente atraído, mas sim por como você lida com isso.

Aprenda que existem lugares que querem te ajudar a se manter não-ofensor. Lugares como o "Virtuous Pedophiles" e o "B4U-ACT". São grupos de suporte virtual que ajudam pedófilos a viver com sua atração sexual assim como a não agir sobre ele. Pessoalmente recomendo o VP (Virtuous Pedophiles), é uma comunidade muito bacana com uma posição anti contato muito forte.

Para finalizar, gostaria de compartilhar esta página "Faça um favor a si mesmo e ame-se". De uma maneira genérica ela contesta a ideia de odiar a si mesmo e de não viver sob a constante necessidade de agradar, ou aceitar, certas ideias distorcidas da sociedade. Muitos dos pontos que são ditos lá se aplicam à um pedófilo.

Não se odeie, já existem pessoas suficientes no mundo que irão te odiar. Encontre uma maneira de se aceitar e de amar a si mesmo. Principalmente, faça isto para que você tenha uma melhor saúde mental. Pessoas saudáveis mentalmente tendem a ter uma probabilidade de cometer qualquer tipo de crime.

Liberte-se do seu ódio para com você mesmo e seja feliz! Você merece isso.

 


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About self-hate

In today's world  it is very easy to end up in  a situation where you develop negative feelings about yourself. Doubts regarding your ideas, how you express yourself, your body, how you dress, your sexual orientation and a number of other things about yourself. Coupled with a nearly universal dissemination of information online it isn't hard to find opinions that attack directly some of your characteristics and that tell you that they are bad. It doesn't seem hard that a person starts doubting themselves and even hating themselves due to that. Sometimes those feelings are very intense.



Many times the criticism doesn`t even have to exist online as it can be found coming from relatives, friends, co-workers or the general media. A lot of that criticism and prejudice is not around anymore, or at least is fading, when it comes to racism, women`s right, homossexuality and others. However for some topics this prejudice is still alive and kicking.

Many pedophiles hate themselves. They hate that they are attracted sexually to children and they can`t accept that fact. It is common for them to classify themselves as monsters, perverts or freaks. All this internalized self-hate, and the impossibility of changing to whom they are attracted to, end up affecting negatively their mental health. Depression, anxiety, paranoia, fear of rejection, disgust for themselves and other issues. This ends up leading, in many cases, to suicidal tendencies/thoughts and even suicidal attempts (be them succesful or not).

Why is it then that pedophiles hate themselves so much? Why do they feel like freaks or monsters?

Reasons to self-hate

Well, there are some reasons that make pedophiles self-hate. They come from different sources but basically have two basic components in common. These components intertwine making it difficult to analyze one without the other. Those are the general lack of knowledge about pedophilia and the prejudice generated by it which is widely spread.

Sexual attractions towards children is wrong / perverted

One of the reasons pedophiles self-hate is the notion that being sexually attracted to children is something wrong and perverted. I agree it is an extremely non-conventional attraction and surely something a person would never choose spontaneously or out of free will. That matter precisely, choice I mean, makes a big difference here.

Scientific studies suggest in a clear way that sexual attractions are not chosen by people. A person doesn't chose to be heterosexual, that person simply is one. Of course, there are differences to which type of people of the opposite gender that person is attracted to but feeling attracted to the opposite gender is basically an intrinsic part of that person.

In this case the same applies to pedophiles. There wasn't a choice, be it conscious or unconscious, for that attraction to children to exist. That attraction is simply something that is part of that person. Unfortunately, as it is the case for the other sexual attractions/orientations, it isn't something that can be changed. That leaves us with a sexual attraction that wasn't chosen and also that can't be altered. Hating oneself over it makes as much sense as hating yourself for your skin color, your height or any other characteristic you didn't choose.

Obviously that type of hate (for something you didn't chose, as your skin color for instance) does exist but, in a general way, there is a disposition of other people to assist someone who feels like that to stop hating themselves. It is generally understood that no one should hate themselves for something that it is not chosen and that is part of who they are. The same applies to pedophiles.

Something important to point out is that many pedophiles try to repress their sexual attractions due to their self-hatred. Sexual attraction is something quite powerful and repressing, or ignoring, it is not sustainable in long term. A much more valid, and healthy, approach is understanding that the attraction is not chosen while the actions derived from it are. Meaning that it isn't possible to alter your sexual attraction but it is perfectly possible to not act on it (and control your own actions regarding it).

Another aspect of the hate derived from this (sexual attraction) are sexual fantasies. Non-pedophiles experience a great feeling of rebuff when thinking about someone having sexual fantasies involving children. That it is something extremely wrong and that it enables child abuse (this is discussed further ahead when discussing about the notion of the inevitability of abuse).

It isn't hard to understand, from an emotional point of view, the repulsion felt by non-pedophiles when it comes to idea of sexual fantasies involving children. I can understand this can be disturbing to those people. However, as previously said, no one chose their sexual attractions but they can control their own actions. Fantasies, be them good or bad, are only fantasies and they can indeed be controlled (as people make the choice to fantasize or not).

With that said as long as those fantasies remain inside one's mind they are nothing but a thought. I believe it to be obvious that a thought doesn't hurt anyone. Actions, on the other hand, which are taken based on thoughts can, indeed, become harmful. I know several pedophiles that don't believe, or think, that their fantasies are something bad or that they increase the probability of committing any form of abuse. Truth be told, I also know several others who prefer not to fantasize about children because that brings them distress.

Even so, on a general way, any person who felt a sexual attraction for another person has probably fantasized at some point. It seems clear that in an overall manner having those fantasies didn't lead to sexual violence on most of those cases. If that is valid for a heterosexual or to a homosexual it is also valid for a pedophile.

There aren't any scientific evidence that the existence of sexual fantasies generates an increase on the likeliness of sexual violence, be that perpetrated against adults or children. Making use of a citation Ender made in his article "To Fantasize or not Fantasize" (which I suggest as reading material):

Studies of personality characteristics on average find low levels of aggression among pedophiles. Other than the attraction itself, studies fail to find any abnormal or pathological characteristics. In particular, people attracted to children or pubertal adolescents have not been found to exhibit narcissism, psychosexual immaturity, low intelligence, aversion to adults, psychopathology, neurosis, or any personality disorder any more than people attracted to adults. The presence of these characteristics have been assumed, rather than being tested scientifically (Bradford et al., 1988; Langevin, 1983; Okami & Goldberg, 1992; Wilson & Cox, 1983).

Basically that citation establishes how there are no observable differences that suggest a higher prevalence of abnormal or pathological character traits in pedophiles in comparison to non-pedophiles.That means that pedophiles aren't, just for their attractions alone, any more likely to offend given some unsual/pathological character trait.

Therefore, just as with people attracted to adults, the matter on fantasizing or not is a choice made by the pedophile. Not fantasizing out of guilty however is not a valid, nor healthy, justification. A fantasy does represent any risk as long as it is done in a controlled manner (and this is true for any sexual orientation/attraction). True enough, people can choose not to fantasize if that does not feel right or good for them based on any assortment of reasons, but not based on guilt alone. Feeling guilty due to the fantasy's mere existence is not good and shouldn't happen.

Inevitability of the occurence of sexual abuse

The widely spread message to society and by the media is that pedophilia is a synonym to child sexual abuse, just as the word pedophiles means child abuser. As discussed before here those terms do not mean that.

Yet there is still a prevalent notion that a pedophile is a pervert and that he/she will, in the first opportunity, abuse of a child. Not only that but that they actively, and deceitfully, seek to create those opportunity, thus becoming a sexual predator.

Again, I can understand the emotional point of view on this subject. No one would like for a child to be sexually abused and for them to live the rest of their lives with that trauma. Thus the mere mention of someone being sexually attracted to children is enough for a huge repulsion to develop towards pedophiles.

I would like to point out though that an adult being raped (be them female or male) is also something grave and hard to deal with for the remaining of victim's life. There are adults attracted to other adults who don't have any issues with controlling their sexual desires. They interact on public or work environments daily without an issue. Adults who fail at controlling their actions end up committing rape. They aren't the majority though. The same logic applies to pedophiles.

Pedophiles are not affected by a severe moral flaw (as explained in the previous section). Just like heterosexuals or homosexuals aren't. There are people though, that belong to each orientation, that, for a number of reasons, end up failing to properly control their impulses and commit a sexually violent act. That means that, overall, a sexual attraction, regardless of which one, does not affect one's morality, nor their moral code. Having a sexual attraction does not make one more inclined for sexual violence. Again, this is as valid for pedophiles as for non-pedophiles.

Unfortunately we only hear on the news about possible (not all child sex abusers are pedophiles) pedophiles in cases of child sex abuse. There aren't mention almost anywhere about pedophiles who manage their attractions perfectly fine and that have not broken any laws (by not abusing any children or viewing child pornography). It seems obvious that the lack of those evidences end up feeding the prejudice directed at pedophiles.

Given the current state of affairs and feelings towards pedophiles it is nearly impossible for any of them to publicly identify themselves. More to the point, this study concludes that a pedophile identifying themselves in public can lead to suicide
.

This evidence strongly suggests that exposure or threatened public exposure of pedophilia and/or early or potential legal punishment creates a predicament, which may lead to completed suicide.  (Walter G, Pridmore S. Suicide and the publicly exposed pedophile. Malays J Med Sci. 2012;19(4):51–57)

Should we hate ourselves?

No. No, we shouldn't. Hating yourself for being a pedophile is neither good nor healthy. I believe it to be normal to feel depressed from time to time and wanting to be different. That can be true in regards to a whole assortment of personal issues or characteristics, but persistently hate yourself for something that it is not chosen, and can't be changed, doesn't have any logical justification. 

Hating onself due to what other people say about you doesn't not make any logical sense as well. Throughout history people have constructed the most diverse cognitive distortions and prejudices about other people. That african descedants were inferior and bad, that women were only good for staying at home and doing housework, that homossexuals are perverted and sexually deviants. Slowly, but surely, all of those prejudices have fallen, or are fallng, apart.

Unfortunetely for you, pedophile friend, there isn't many places you can go to that say those prejudices are in fact false. You will find however lots of people in media outlets, social networks or even your family telling you (indirectly) that you are a monster, a pervert. That you are one step away from abusing a child at any given point.

Don't buy into that. Believe instead in yourself. Learn to accept that you are who, and how, you are, learn that unfortunately those are the cards you have been handled. Learn more about yourself and figure out how you think about your pedophilia, but with your own concepts and thoughts and not those of others. Learn how there are people who will not judge you for whom you are attracted to, but by how you deal with it.

Learn that there are places with people who want to help you not offend. Places like 'Virtuous Pedophiles' and 'B4U-ACT'. Those are virtual support groups that help pedophiles coexist with their sexual attractions in a healthy way and how to not act on it. Personally I recommend VP (Virtuous Pedophiles) as they are a very friendly community with a strong anti contact stance.

To wrap things up I want to share this page "Do Yourself a Favor and Love Yourself" (try using IE/Edge if you run into issues accessing it). On a generic way the article contests the notion that you should self-hate and also that you should constantly try to live up to, or accept, society's distorted ideas. Many of the points that article makes apply to pedophiles.

Don't self-hate as there is enough people out there that will hate you. Find a way towards acceptance and love yourself. Most of it do it so you can have a better mental health.People who are mentally healthy tend to have a lesser probability of committing any sort of crimes and also better impulse control.

Free yourself from the hatred you have inside, and that is aimed at yourself, and be happy! You deserve that.